quarta-feira, 19 de maio de 2010

Wake-up Calls and Injustices

Hoje eu tive a oportunidade de ver um currículo de uma pessoa que atua na minha área, comércio exterior.

Era uma pessoa da mesma idade que eu, 27 anos, e eu me senti humilhado.

Essa pessoa, com 27 anos, fez o último ano de colegial na Austrália, trabalhou por dois anos nos Estados Unidos, e já foi pra China participar de uma convenção relacionada ao setor. Não reparei na parte acadêmica, porque fiquei meio chocado e não prestei atençáo, mas vi que a pessoa atua na área no setor de comércio exterior de uma das maiores empresas do ramo têxtil do Brasil.

E eu, que entrei na área de gaiato, com pouco mais de um ano de experiência, faculdade no início, e só um curso de importação de horas. A única vez que saí do país foi a turismo e quase não usei o meu inglês.

Sempre assumi pra mim que sempre vão existir pessoas melhores do que a gente em algum aspecto, e que do mesmo jeito, acabamos sendo melhores do que alguém. Mas foi assim que eu vi como o meu currículo tá fraco pra minha área.

Na verdade eu me orgulho bastante da minha trajetória profissional até aqui, porque eu apanhei bastante mas aprendi bastante, e finalmente cheguei a algum lugar. Mas quando li aquele currículo fiquei pensando, "como eu saberia, com 17 anos, que um dia eu iria querer atuar em Comércio Exterior?" Não tinha como. Até porque, como eu disse, eu descobri o ramo ano passado, sem querer, e resolvi investir.

Mas me senti um pouco injustiçado também, por ter que escolher uma carreira quando eu não tinha maturidade pra isso, nem conhecimento. Fiquei pensando que se eu soubesse, teria feito muitas coisas diferentes. Teria investido em cursos, intercâmbio, trabalhado fora... Oportunidades eu tive, e poderia ter criado muitas outras também. Foi do mesmo jeito que me senti quando comecei a ter aulas de marketing, um gosto de "se eu conhecesse isso antes..."

Mas tudo bem. Se tem uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos é tirar algum proveito até das piores situações. Isso me motivou a procurar formas de incrementar meu currículo. A começar pelo próprio, que já faz um tempo que me dá uma sensação de "textbook primeiro currículo" toda vez que eu o leio. Já decidi dar um overhaul nele e deixálo mais interessante. Outra coisa que eu já tinha decidido fazer assim que o orçamento permitir é investir em uma outra língua. Francês ou até mesmo chinês. Depois vou procurar cursos dentro da minha área pra especializar e expandir o que eu já venho aprendendo. E a minha pós, eu decido como e onde vou fazer quando chegar a hora. Mas vou fazer.

Aprendi que é bom trabalhar com objetivos. E parte dos meus objetivos profissionais agora é ter um currículo invejável.

Sempre penso que nunca é tarde demais, mas também sinto que eu já poderia ter feito tudo isso antes. Se ao menos eu soubesse...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

2014, 2016 e Um Presidente...

...como sempre, depois da conquista do Rio para sede das Olimpíadas de 2016, a mídia se inundou de críticas, sempre com argumentos válidos. Mas depois de uma discussão em sala de aula sobre o assunto, somado a algumas notícias sem relação direta, comecei a entender melhor o que acredito ser o plano do presidente pro Brasil.

Sim, o país tem sérios problemas de educação e saúde, e os mais de 29 bilhões a serem investidos no país para os Jogos poderiam muito bem ser utilizados de outra forma. Ouvi muitos argumentos de que esse não era o momento do país sediar eventos deste porte, que tem muito o que se resolver antes. Ora, concordo em partes. Porém, acreditar que um dia o país não terá mais nenhum problema é um pouco de ingenuidade. Problemas todos os países têm, inclusive o Brasil. Não adianta dizer que não existe miséria, desigualdade social e etc. Mas se nos basearmos neste critério, então quando será a hora de sediar um evento internacional deste porte?

Tenho a impressão de que temos o hábito de enxergar as coisas a curto prazo. Que a população acredita que em quatro anos um homem só pode mudar um país inteiro. Eu já prefiro ver as coisas como um processo, algo que vai levar vários "quatro anos". Não creio que existirá um dia um presidente que mudará absolutamente tudo em 4 ou 8 anos, mas sim um que vai começar com um trabalho decente e que outros continuarão.

Creio que a intenção do presidente seja dar uma maior projeção internacional pro Brasil. Nos últimos dois meses, viramos credores do FMI, recebemos grau de investimento, fomos escolhidos para sediar uma Olimpíada e pleiteamos uma posição no Conselho de Segurança da ONU. Pra mim ficou claro depois de ver todas essas notícias em tão pouco tempo qual era a intenção do Governo.

Claro que alguns críticos vão afirmar que isso é desperdício de dinheiro, que existem coisas mais importantes para se investir, e eu concordo em partes. Porém, passo a ver o lado "não-tão-ruim" da coisa. Como insinuei anteriormente, o governo está tomando ações a longo prazo. Uma projeção internacional melhor do país significa que no futuro teremos maiores investimentos da comunidade internacional. Significa que teremos mais dinheiro injetado no país para aqueles investimentos que tanto esperamos na saúde, educação, segurança e todos os problemas que estamos cansados de saber. Pelo menos, esperamos que seja este o plano. Sendo assim, as críticas sempre me pareceram de uma visão limitada, sem conseguir enxergar algo maior, algo a longo prazo.

Não poderia dizer se o momento é correto para dar ao país uma projeção internacional maior. Não sou político, nem governante, muito menos extremamente estudado no assunto. Mas pelo que acompanho de notícias, não me parece um momento tão ruim assim. Creio que ainda estamos acostumados a governantes inexperientes, e não aprendemos ainda a confiar em quem escolhemos para comandar o país. Talvez seja a hora de acreditar que eles sabem o que estão fazendo, dar um voto de confiança. De qualquer forma, isso é algo que precisará ser feito um dia. Talvez, quanto antes, melhor.

Com a Copa e as Olipíadas, o país vai gastar dinheiro, assim como gastou com o Pan. Se por um lado investir bilhões de dólares reformando todos os estádios do país para a Copa e reformando e ampliando o complexo do Pan possa parecer um desperdício de dinheiro, por outro, devemos lembrar que junto com esses investimentos vêm outros na infra-estrutura do país. Investimentos em transporte, sistema viário, segurança... Sem contar que estes eventos sempre trazem grande incentivo turístico, o que automaticamente se reverte em dinheiro entrando no país.

Resta saber se todo esse dinheiro que será investido no Brasil, agora com a Copa e as Olimpíadas e futuramente com uma melhor projeção internacional, vai ser bem utilizado. Nem todos os investimentos gerados por estes eventos são bem vindos ou necessários. Muitos setores que deveriam ser prioridade ficaram de fora, mas existe a esperança que estes investimentos gerem mais dinheiro para ser aplicado onde é necessário. O Brasil é um país novo, de história recente, e que está em processo de aprendizagem, e ainda tem um longo caminho pela frente. É bem mais fácil encontrar os argumentos para criticar a conquista para ser a sede dos Jogos Olímpicos. Expandir a visão e tentar entender o que pode acontecer lá na frente já requer um pouco mais de esforço.

Não posso dizer que sou completamente a favor de sediar os jogos, mas também já não sou mais tão contra. Prefiro ser otimista e acreditar que um dia tudo isso que está acontecendo agora trará benefícios ao país.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Good Ol' Times...

..ontem eu tive a oportunidade de assistir na faculdade um filme de Charles Chaplin chamado Modern Times (Tempos Modernos) de 1936. O começo do filme era bem relevante à matéria que estávamos estudando, e retratava a vida dos operários em plena Revolução Industrial e mostra claramente o Taylorismo tão forte na época.

Mas não foi o teor pedagógico que me fascinou, embora tenha sido proveitoso. Fiquei de queixo caído com a genialidade de Chaplin. Claro que nessa época os filmes eram quase mudos, e um ator precisava passar todos os sentimentos de outras formas, com expressões corporais e faciais, e Chaplin fazia isso perfeitamente. Me impressionou o modo como ele conseguia deixar bem claro o que o personagem pensava ou sentia em cada cena. É realmente uma arte perdida.

Sempre dizia a mim mesmo que não se fazem mais filmes como antigamente, e definitivamente isso ficou mais forte depois da aula. Tanta tecnologia disponível, tantos efeitos que enchem nossos olhos, e quando nos deparamos com algo mais simples, ficamos muito mais emocionados, porque a forma de contar uma história ou de passar uma emoção é completamente diferente. É mais humana, mais próxima do real. Os filmes não têm mais o mesmo requinte, aquela sensação de elegância, de Old School Hollywood. E por isso os filmes clássicos sempre exerceram um certo fascínio em mim, mas nunca alimentei muito isso. Apenas me limitava a assisti-los quando tinha oportunidade. Me lembro da única vez que fui ao Noitão HSBC, e o filme que eu mais gostei foi um preto e branco da Carmem Miranda e Groucho Marx. Era uma comédia pastelão daquelas que não se vê mais hoje em dia, e que entretêm muito mais do que qualquer filme atual.

Precebi que eu tenho uma tendência a gostar desse tipo de filme, e depois de ontem resolvi alimentar um pouco mais esse hobby. Quero incluir alguns desses filmes na minha eterna coleção de DVDs e escolher mais alguns clássicos pra assistir. E também, assim que puder, quero voltar no Noitão HSBC, vai que eu dou sorte de novo...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Simple Times...

...esses dias recebi um e-mail da Carol com aqueles questionários que também são comuns em fotologs, daqueles que você responde perguntas pessoais. Uma das perguntas era "do que você sente saudades". Percebi que meu instinto foi responder "de tempos mais simples".

De fato, não é incomum que eu sinta falta da época em que a minha única preocupação era como ia passar minha tarde. Minhas únicas responsabilidades eram 2 ou 3 trabalhos do colégio, ir pro inglês às segundas e quartas (que pra falar a verdade, eu sempre gostei, nunca vi como obrigação) e academia todos os dias em algumas épocas. Tudo era mais simples, mais divertido, com menos responsabilidades. Era uma época mais fácil.

Mas quando parei pra pensar melhor no assunto, percebo que agora tenho coisas que nunca poderia ter naqueles tempos mais simples. São certos privilégios de ser adulto. E eu não conseguiria abrir mão destes privilégios.

Não acho que dá pra dizer que eu gostaria de voltar àqueles tempos. Não por completo. Eu acho que seria mais adequado se pudesse ser uma fuga. Se eu pudesse ir pra lá quando cansasse desse mundo adulto tão cansativo e estressante, quando eu só quisesse respirar um pouco. E aí eu poderia voltar pra realidade quando quisesse, quando sentisse falta de certas coisas que cabem somente aos adultos.

Acho que uma das ironias da vida é que quando a gente é mais novo, ficamos ansiosos esperando logo pelos 18 anos, pra que que a gente possa desfrutar desses tais privilégios exclusivos. E quando acontece, as coisas começam a passar tão rápido que você mal vê, mal consegue acompanhar. E muitas vezes é uma mudança muito drástica, muito rápida. Muitas vezes a gente nem vê o que nos atropelou.

E nessas horas nós nos cansamos e pedimos de volta aqueles tempos em que não tínhamos preocupações.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

La Tortura...

...eu sei que às vezes a gente magoa as pessoas que não queremos sem querer. Às vezes são cadeias de eventos que fogem do nosso controle e que trazem consequências. São atos involuntários que simplesmente acontecem.

Por mais que você se arrependa, mostre que mudou, peça desculpas ou qualquer coisa que você ache que tem que fazer pra se redimir, os sentimentos não se vão de uma hora pra outra. Sempre tem um período de tempo entre 'estar tudo absolutamente bem' e 'ainda não tá tudo bem mas tá começando a ficar'.

Eu sempre encaro esse período de tempo como um castigo, uma punição merecida por ter feito qualquer coisa que você tenha feito. Porque quando se gosta demais de alguém, esse tal desse período de transição é incômodo. É uma lembrança constante de que você fez algo que machucou alguém que você gosta muito. Acho que pode ser chamado de 'peso na consciência'.

Eu encaro isso como justiça também. Afinal, se você fez alguma coisa, nada mais justo do que você sentir algo tão incômodo de volta, não é?

Então quando acontece comigo, eu só abaixo a cabeça e calo a boca.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

The Game...

...World of Warcraft tá tomando todo o meu tempo livre pra jogos. Faz um bom tempo que meu PS2 e o DS tão parados, sem eu jogar sério neles.

Como sempre desconfiei, assim que eu desse um pouco mais de atenção pro WoW eu ia viciar. Isso porque jogo em um server private, que é muito frustrante cheio de quests bugadas, players com itens de donators apelões, lags, disconnects, rollbacks, enfim, tudo que qualquer server private de qualquer jogo tem. Mas pelo menos esse não é dos piores privates que eu vi, e até que dá pra conhecer alguma coisa. Dá pra aprender um pouco sobre a mecânica do jogo e os recursos. E eu que sou sucker por historinhas e lore fico besta com um monte de coisa da história do universo de Warcraft que tem no jogo. Aliás essa é praticamente a única motivação que eu tenho pra jogar WoW. Gosto de ficar fazendo quests e explorando os territórios, acho que eu cairia bem em um server Roleplay.

Eu tava pronto pra comprar a CD-Key do retail logo em Agosto, e aí me caiu a ficha que vou começar a faculdade e vou ter praticamente zero de tempo pra jogar. Em teoria, só teria sexta e sábado de madrugada, então não sei se compensa o investimento. Mas a vontade é enorme. O engraçado é que jogar Wow puxa de volta minha vontade de jogar Warcraft 3.

Esses dias também acabei descobrindo que a versão americana de Shin Megami Tensei pro DS (Shin Megami Tensei: Devil Survivor) já tinha saído. Baixei na mesma hora e assim que liguei o DS foi paixão instantânea. Até agora a minha experiência com os games da série foram com Persona 3 e 4, mas pra mim foram experiências intensas. Como eu sempre digo, eu gosto de games por causa das histórias. Tendo uma história foda, eu até engulo uma jogabilidade ou gráficos ruins (que na verdade nem é o caso dos Persona). Persona 3 e 4 me impressionaram pela densidade do enredo. Não é como se fosse uma história muito complexa e cheia de reviravoltas, mas é muito bem escrita e sempre toca em assuntos polêmicos.

Devil Surivor começa do mesmo jeito. As coisas mudam do normal pro bizarro em um piscar de olhos. Esse jogo em particular está lindo, com gráficos e sons muito bem trabalhados, embora o estilo do design dos personagens tenha mudado muito. Toda vez que toco no DS e começo a jogar, é meio irresistível, não dá pra parar. Os enredos de Megami Tensei sempre me prendem. Preciso voltar a jogar o 4 e terminar também, aleém de dar uma olhada nos outros jogos da série. Tô pensando em buscar os antigos de PSX também.

E os meus Heroes em qualquer jogo de Megami Tensei sempre sem chamam Oishi Kun, porque nunca cabe Mr. Delicious.

Tem me dado vontade de voltar a jogar Apollo Justice também. Eu só comecei, não passei nem do primeiro caso, mas o acusado desse caso já me fez cair o queixo. Tem uma conhecida fazendo um cosplay de uma das personagens e ver ela falando disso o tempo todo me fez ter vontade de voltar a jogar. Além do mais, logo logo vai ter Ace Prosecutor: Miles Edgeworth pra jogar também.

No campo da jogatina comunitária, eu e a Déia avançamos um pouquinho mais em Silent Hill 4. Ô joguinho de merda filho da puta do caralho. Se não fosse pela história que eu sei que vale a pena, já tinha virado frisbee. Jogo muito mal feito e desbalanceado. O jogo te obriga a enfrentar os monstros. Se você tentar correr, não vai sair de graça, eles sempre vão levar um pedaço de você junto. Parece que a equipe da Konami responsável pelo jogo não tava muito familiarizada com o conceito de SURVIVAL HORROR.

Mas tudo bem, a última jogatina não foi um poço de stress porque eu não resisti e começamos a jogar Silent Hill Origins também. Esse sim eu tô gostando. Pra começar a história parece ser bem interessante, e mostra o que acontece antes do primeiro jogo. O novo sistema de armas com durabilidade é frustrante por um lado, mas por outro até que diverte. Sem contar que é divertido pra caralho enfiar uma TV velha na cabeça de uma Nurse.

Agora só falta um Xbox 360 pra jogar Silent Hill Homecoming e lançarem o remake epic de SH 1 pra PS2.

Fora isso, preciso terminar o que tá inacabado: Final Fantasy XII e The World Ends With You.

Nota mental: Lembrar de baixar as trilhas de The World Ends With You, Phoenix Wright e Persona 4

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"Acordei com os primeiros raios do dia. Me levantei ainda entorpecido pelo sono, e olhei pra ela deitada ao meu lado. Eu já sentia frio, não tinha mais o calor do seu corpo me esquentando. Ela estava nua, com apenas uma parte de seu corpo coberta. Seus cabelos longos e negros estavam espalhados pela cama. Fiquei a observando por alguns segundos, pensando que aquela cena era digna de uma pintura, um daqueles quadros clássicos de algum pintor europeu. Tinha algo sensual no jeito que seus lábios vermelhos e carnudos estavam entreabertos. Seu rosto estava sereno, mas cansado, e seu sono era pesado. Provavelmente por conta da noite anterior. Sua franja estava caída sobre seu olho, do jeito que eu sempre gostei. Acho que essa franja foi um dos motivos por eu ter me apaixonado, tinha um charme único. Era como eu sempre me lembrava dela, com a franja caída sobre seu olho.

Um sorriso me escapou quando comecei a lembrar de nossa última noite. Provavelmente eu nunca vá esquecer. Provavelmente foi naquele momento em que eu percebi que eu queria ter essa visão todos os dias. Que seria errado eu não ter o seu calor e o toque de sua pele ao meu lado sempre que eu quisesse, o seu cheiro impregnado nas minhas roupas e os seus cabelos espalhados pelo meu corpo. Ela já tinha me deixado viciado, e eu nem percebi.

O frio voltava a me agredir. Sentia algo quase magnético vindo dela, como um convite silencioso pra eu me juntar a ela e me esquentar, pra eu saborear o encaixe perfeito de nossos corpos. Era um convite irrecusável, e eu não queria recusar."