quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A pressão de querer ser perfeito...

• No trabalho, é um esforço constante pra ser impecável. Mantenho uma concentração ímpar pra sempre lembrar de tudo que a Patrícia já me explicou pra não ter que perguntar de novo. Procuro fazer as coisas de forma rápida e eficiente pra quando ela chegar estar tudo feito e eu parecer eficiente. O problema é que eu não consigo me concentrar em mais de uma coisa. Quando eu coloco minha cabeça em algo, eu vou fundo, penso só naquilo e me concentro só naquilo. E eu estou em um lugar onde muitas vezes eu tenho que me dividir em três, quatro, e fazer várias coisas ao mesmo tempo. É um defeito profissional meu, não sou muito multitarefa. Prefiro fazer uma coisa de cada vez do que várias ao mesmo tempo que nem o meu nariz. E quando as coisas não saem como deveriam, eu fico lá me cobrando, remoendo aquilo pelo resto do dia. E não aceito a desculpa de que eu sou novo lá. Eu aprendo rápido, eu peguei a rotina da livraria em menos de um mês. Eu odeio quando tenho que perguntar as coisas pra alguém, mas prefiro isso do que fazer errado.

• Com meus amigos, eu quero ser aquele com quem eles podem contar, aqueles que eles procuram quando precisam de conselhos ou desabafar. Sou assim desde o começo da minha adolescência, e acho que tenho o "dom".

Por quem eu tenho carinho, nunca pergunto "como você está" por perguntar. Eu pergunto porque quero saber mesmo, eu me interesso, vou atrás. Com alguns, eu consigo saber como eles estão só pelo 'oi' ou por poucas palavras. E eu me desdobro em dois, três, pra ajudar. Às vezes até ignoro os meus próprios problemas( uma forma de escapismo...).

Por isso, não tem nada pior pra mim do que constatar que às vezes as pessoas não precisam de mim, ou procuram outros pra esse tipo de coisa. E nada pior também do que quando não sei o que falar, não consigo ajudar. Eu me sinto muito mal quando isso acontece. Mas muito mal MESMO. Porque eu sempre tenho algo a dizer, e por isso, não sei diferenciar quando as pessoas querem que eu diga algo ou não. Então eu digo. Não sei até onde isso incomoda os outros.

Também sempre escolho minhas palavras. Alguns poucos que me conhecem bem sabem que nada do que eu digo ou faço é aleatório. É tudo calculado, tudo com um propósito. Tomo muito cuidado ao usar minha experiência de vida quando tento ajudar, pra não ouvir de ninguém que eu sou egocêntrico e sempre viro o assunto pra mim. Poucos entendem que quando eu faço isso é pra pessoa entender que eu já passei por isso, e que posso passar como lidei com a situação.

• Quando estou namorando, é onde sinto a maior pressão, é onde eu mais quero ser impecável. Eu tenho uma tendência forte à me dedicar mais ao namoro do que em qualquer outro aspecto da minha vida, sempre colocando isso em primeiro lugar quando tenho que escolher, mesmo não sendo a coisa mais certa a se fazer.

Tudo sem que sair absolutamente perfeito: os aniversários, jantares, saídas, gestos românticos, surpresas. Não aceito nada menos do que a perfeição. E se alguma coisa sai errada, eu sinto de forma muito pesada.

Isso vira um problema quando eu quero tanto ser perfeito que acabo forçando a barra demais, e cometo muitos erros que essa busca pela perfeição não me deixa ver. Além disso, eu não deixo a pessoa aceitar a imperfeição. Não deixo ela se contentar com um jantar que saiu errado, por exemplo. E às vezes, a pessoa iria curtir mesmo dando um pouquinho errado (o que vale é a intenção), mas eu acabo estragando tudo porque não saiu como eu queria.

Eu não sei se esse aspecto em mim mudou alguma coisa. Sei que cometi muito menos erros desse tipo com a Nayara, mas eles aconteceram. Não estive tão profundamente com outra pessoa ainda pra mensurar o quanto eu tenho isso sob meu controle.

• Em casa, temos problemas, como todas as outras pessoas. Mas por ser filho único, tenho uma mãe dependente de mim emocionalmente. Isso se traduz em ter que esconder o que sinto, não me permitir ser visto deprimido ou sofrendo, porque, obiviamente, não aguento ver minha mãe sentir o mesmo. Não posso ficar de mal humor, chorar, nada.. Tenho que guardar tudo dentro de mim. Então é sorriso no rosto o tempo todo, tudo está sempre bem, e os sentimentos que vão acumulando até o ponto que eles eventualmente explodem.

• Então, em suma, como pessoa, sou bem consciente das minhas qualidades e defeitos. Conheço muito bem a mim mesmo. E é o mínimo que se espera de alguém que tenta ser perfeito. Afinal, eu preciso conhecer intimamente os meus defeitos pra escondê-los e evitá-los, assim como saber das minhas qualidades pra que eu posso colocá-las em pratica e usar elas pra mostrar pros outros o que eu sou.

E, obviamente, como qualquer ser humano, por mais que eu tente, por mais que eu me aperfeiçoe, não consigo ser perfeito o tempo todo. E não consigo não me cobrar por isso.

Eu sou meu pior inimigo.

Eu não sou uma pessoa simples...

...sou qualquer coisa, menos simplista.

Conseqüentemente, as coisas não poderiam ser simples pra mim (alguns dizem que eu que complico).

Se as coisas fossem simples, eu não ia achar graça, porque não gosto de simplicidade. Não combina com a minha mente nem um pouco simples.

Mas às vezes as coisas são tão exageradamente não-simples que não consigo deixar de soltar um "AH, PUTA QUE PARIU!"

Mas eu nunca deixo de me divertir com as coisas não-simples da vida.

Vamos ver como eu me saio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Estou cansado...

...de me comportar da forma que tenho me comportado atualmente.

Não, não é mais uma crise de personalidade ou "o que eu estou fazendo". Eu só percebi que eu não tô satisfeito com meu comportamento.

Não tô mais achando legal minha auto estima exacerbada, por exemplo, ou o meu "siachismo", como queira. Point is, eu passei anos e anos da minha vida, me sentindo um lixo de pessoa. Cresci ouvindo que era gordo, feio e outras coisas que nem valem a pena mencionar. Cresci sendo rejeitado por todas as garotas que me interessei. E o fim disso foi uma coisa recente, acabou lá pra 2004 e olhe lá. Então durante meu namoro, eu comecei a ouvir elogios. Alguém dizia que eu era lindo, que me amava, que eu era especial, gostoso, e o que eu mais gostava de ouvir, charmoso. Depois que o namoro acabou, foi a mesma coisa.

E esse meu primeiro namoro me fez muito bem. Fez eu perceber que todas as pessoas que me rejeitavam e que tiravam sarro de mim estavam erradas. Meu namoro fez eu perceber o quanto eu posso ser dedicado à alguém, o quanto eu posso ser sedutor e charmoso. Eu me descobri.

E eu me orgulho do que descobri. Me orgulho do jeito que eu posso fazer uma pessoa se sentir, me orgulho do meu charme.

Só que eu me empolguei muito nesse orgulho, e saí gritando isso aos quatro ventos pra quem quisesse ouvir. E eu acho que isso acaba apagando um pouco essas coisas de que tanto me orgulho. Fica meio forçado. Além disso, eu não sei até onde isso incomoda as pessoas, e eu perdi o controle do que algumas pessoas (as que importam) pensam de mim. A Rê diz que se eu não fizer isso, eu não vou estar sendo eu mesmo.

Poucas pessoas entendem meu senso de humor, então eu imagino que as pessoas também não saibam diferenciar quando eu faço isso brincando ou quando eu falo sério. E ser mal interpretado tem sido uma constante na minha vida ultimamente.

Não vejo nada de errado em se orgulhar do que você é, muito menos de ter auto estima e confiança. Aliás, do meu ponto de vista, existe uma diferença entre simplesmente ter auto estima e se achar. Mas acho que em algum lugar eu cruzei essa linha, e posso ter me tornado desagradável pra algumas pessoas.

Então eu coloquei a mão na cabeça no melhor estilo "excuse me, wtf are you doing?" e resolvi desacelerar. As pessoas têm que perceber isso por conta própria. Mas não acho que o que fiz foi tão mal. Eu ajudei as pessoas a verem isso em mim e deu certo. Só que eu não preciso ficar repetindo isso toda hora. Já tá bom. Eu me empolguei, passei dos limites e percebi só agora. E eu nem tô me sentindo mais tão super special awesome mesmo ultimamente...

Agora vou fazer isso só pra irritar a Rê.

Também tô cansado de ficar cavando informações, fuçando orkut dos outros. Embora eu tenha problemas incríveis de controlar minha curiosidade, eu pareço ser incapaz de entender que isso só me traz mágoas, só me prende à coisas do passado e fica dando material pra eu ficar interpretando. E quanto mais eu interpreto, mais curioso eu fico, porque quero mais respostas. Então eu cavo mais fundo. É um círculo vicioso que no fundo eu sei que não vai me levar à lugar algum, não vai trazer as pessoas de volta, coisa que à essa altura, não é nem o que eu quero.

Então hora de parar. Vou considerar isso um treianmento pra me desprender mais do que já foi.

Quando essas coisas acontecem, eu sinto vontade de sumir um pouco. Fico sem vontade de falar com as pessoas, ter um tempo só pra mim, pra colocar a cabeça no lugar. Eu preciso fazer alguma coisa diferente, sair de casa. Uma viagem parece improvável, até porque acho que vou ter que adiar minha ida à Bauru. Eu queria fazer alguma coisa despretensiosa, pura diversão, uma boa saída com os amigos e zuar pra caralho.

Mas.. o quê? =|

Privacidade...

...eu já estava pensando nisso há algum tempo, e depois de ler uma reportagem sobre privacidade online, eu resolvi apagar uns posts daqui. Coisas potencialmente nocivas, que poderiam me colocar em muita encrenca (do not want) se cauíssem em PCs errados. E coisas que outras pessoas relacionadas à mim (trabalho, etc) poderiam ver e não entender muito bem.

Não que eu não confie nas pessoas pra quem eu passei o endereço, mas está na internet, é local público. Eu fico meio receoso, então é melhor deixar o bom senso prevalecer.

Mesmo que me incomode o fato de isso fazer o blog fugir do seu propósito, mas acho que é melhor assim.

Então, assim como mantenho meu Orkut discreto (e me racho vendo o número de fakes indo lá e não achando nada de interessante...), vou me resguardar um pouco aqui também e deixar pensamentos mais fortes pra mim mesmo ou pra conversas diretamente com as pessoas...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Certo...

...agora que eu já dei showzinho, o dia passou, e eu me acalmei, vamos falar do que aconteceu no flog.

Sim, foi uma criancice do caralho. Mas e daí? Tô pouco me fudendo! Eu não sou perfeito, eu tenho meus cinco minutos. Eu canso de ser ponderado, racional, maduro o tempo todo. Então eu deixo passar quando esse tipo de coisa acontece, uma das poucas vezes que nãocobro tanto de mim.

A coisa mais correta a se fazer seria falar com a pessoa, dizer o que está me incomodando. Mas essa situação já vem se esticando a muito tempo, e isso tem fervido dentro de mim, até que chegou no ponto que explodiu, catalisado por uma coisa que eu vi num flog alheio. E eu já falei com essa pessoa. Mais de uma vez. E não adiantou porra nenhuma. Então foda-se também! Eu agi no impulso, no calor daemoção, mas não muda o quanto eu tôxchateado com essa história.

E quer saber? Foi bom pra caralho fazer aquele post. Eu me sinto mais leve cada vez que eu leio, com aquele sorriso no rosto e aquele orgulho no peito. Não me arrependo nem um pouco, e não tô ligando muito pras conseqüências também.

Gostei. Me fez bem. Foda-se.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Hoje foi um dia atípico...

Logo cedo, vejo no trêm uma mulher por volta dos seus 40 anos, loira, muito bonita, bem cuidada e elegante, entrando no trem com uma morena, aparentando seus vinte e poucos anos, muito bonita de rosto e de corpo, também muito elegante. Entraram juntas, e a morena disse pra loira sentar no banco do meu lado. Aí que começa a ficar cuiroso: quando a loira foi se sentar, ela se segurou na perna da morena, nas coxas, bem perto da dobra da bunda. Achei estranho, mas talvez tenha sido umacidente, né? Ok... Continuo minha viagem ouvindo Energia na Véia e noto as duas conversando ocasionalmente. Em determinada estação, a moça morena faz que vai descer. Começa a se despedir da loira, e faz um afago discreto em sua nuca e seus cabelos. Discreto, mas que eu notei. Ela então se curva pra dar um beijo que me pareceu atrapalhado, talvez ela estivesse mirando a boca enquanto a outra esperava no rosto. E o tal beijo pareceu afetuoso, e durou uns milésimos de segundos à mais do que eu consideraria normal. Mas o coup d'etat vem agora: quando a morena está se dirigindo à porta do trem, ela recebe uns três tapinhas carinhosos no bumbum da mulher loira, sem demonstrar nenhuma reação ao ocorrido. Eu segurei meu sorriso, mas não contive os pensamentos pervertidos. Ainda ensaiei uma tentativa de conversa com a mulher loira, quando ela queria saber em qual estação estávamos, na esperança dela notar minha curiosidade e engajar no assunto. Não aconteceu. Mas eu fiquei morrendo de vontade de perguntar o que foi tudo aquilo.

Depois, já na Favalle, atendo uma outra mulher por volta dos 40 anos, que carregava sua caneta no meio de seu decote, no seio. criado por um sutiã push up. Dessa vez não consegui segurar o sorriso. Sorte que ela não percebeu. Já vi segurarem caneta na orelha, mas no decote, foi a primeira vez.

Desabafo...

Eu vou fazer um desabafo. E nesse desabafo eu vou me permitir dizer e pensar e sentir coisas, sem me preocupar com a imagem que vão fazer de mim.

Eu me sinto frustrado. Muito frustrado. Porque eu sou uma pessoa especial. Uma pessoa que vive pra fazer outra feliz. E ter um mínimo de reconhecimento por isso não faria nada mal.

Procuro não fazer essas coisas esperando o mesmo em troca, porque eu faço muito, e nem todos estão dispostos a ir tão longe quanto eu. Mas dizer que não espero nada também seria hipocrisia. Não me dedico com o intuito de ganhar reconhecimento. Faço porque fazer alguém feliz me faz bem, me dá prazer. É o meu conceito de felicidade ver alguém feliz por minha causa. Então, essa é a minha busca por felicidade. Mas também acredito no princípio da justa troca, e quem há de julgar o preço justo pelo que ofereço sou eu. Então, tudo que quero no final é isso: ser reconhecido. Quero que no final das contas a pessoa me diga, "você é especial. Você me deu mais do que eu queria, mais do que eu esperava. Você me fez a pessoa mais feliz do mundo, me deu o céu e as estrelas. Obrigado."

Apenas isso. Gratidão, reconhecimento, valor. É pedir muito?

Massagem de ego? Pode ser. Mas será que não é um preço pequeno pelo que dou em troca?

"Ah, mas é só você escolher melhor a quem você se dedica", é fácil de se chegar a essa conclusão. Infelizmente não é tão simples (nunca é). Como eu expliquei anteriormente, essa é a minha busca pela felicidade. Se eu não tenho a quem me dedicar, a quem fazer feliz, eu não sou feliz. Não completamente. E se eu não fizer isso por uma pessoa, eu vou estar deixando de ser eu mesmo.

Além disso, inúmeras vezes em minha vida eu pude encontrar pessoas com quem eu desejei ter um relacionamento, pessoas que ouso dizer, eram perfeitas pra mim, mas elas sempre estavam impossibilitadas de estarem comigo. Talvez seja esse fator que as tornem imperfeitas, corroborando a máxima de que nada é perfeito. Deliciosa ironia.

Só de imaginar tantas experiências que nunca vou ter, não conhecer essas pessoas que me fascinam tanto da forma que eu queria, coisas que vou deixar de dizer, de sentir, de fazer, tudo isso deixa um gosto muito amargo na minha boca.

Então só me resta lamentar. Tirar isso do meu peito para que eu possa seguir em frente. Para que eu possa esperar o mundo dar suas voltas, e torcer para as peças se encaixarem um dia.